quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Antes só do que mal acompanhada

Ou

Antes mal acompanhada do que só?

Só sei que o sentimento que toca já não balança. Só deixa um sopro, estiagem.

Um nó.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Caramelo

Caramelo que derrete na boca
Em minhas mãos derrete Caramelo
Caramelo de doçura louca
Caramelo de riso fácil,
Doce boca...
Caramelo.

Caramelo que se fez livre
Em minhas mãos se faz prender Caramelo
Caramelo de textura única
Pêssego, maçã, limão tudo é fruta
Presente no interior dessa gruta.
Caramelo...

Caramelo que desbota no fim do verão
Em meus braços cora Caramelo
Do início ao fim me melo
Como, adoro Caramelo.

terça-feira, 31 de julho de 2012

3.1

Cuida do meu coração antes que seja tarde, antes que toda possibilidade vaze pelo ralo de descarte.


Cuida de mim antes que me dispa, antes que meu amor já não insista em te ecoar.


Cuida do meu corpo antes que de toda força que possui não sobre nem um pouco, que meus músculos se tornem duros como côcos, que já não queiram mais te abraçar.


Cuida da minha alma antes que toda pureza dela se esvaia, que teu gosto em mim sofra com subsequentes falhas e seque meu amor por ti.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Gole




É com sangue que manchas a estrada
Que te levas de volta a Aorta
E jogas água salgada
Em toda tua horta.

É com sangue que tocas o solo
Que solenemente passastes
E cospes com fúria fogo
Nas árvores que outroras te sombreastes.

Carmesim hoje é o fogo
Que te aquecestes em noite escura
Fogo que já não vibra
Que apenas em tua boca rodeia.

Tijolo refratário é hoje a água
Que tão alegremente um dia te banhastes
Água de ondas tão traiçoeiras
Que o fogo, um dia, conseguirá apagar.

Abissal é o abismo que deseja te tragar
Repleto de caracóis sedosos
Areia, espuma e ar.

Abismo há entre céu e mar
Ainda assim no horizonte só 1 podes tu enxergar.
Porém tua cela te enxerga e impede

De tocar o que há do lado de cá.



Meia Arrastão

Vejo o meio que arrasta
Já não me arrasto no rastro do resto
Porque no dia em que a meia tratar de se arrastar
Já não haverá meios de arrastar o arrastão.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Há alguns dias fui tomada de um sentimento novo, de um misto de sentimentos, após ouvir de uma criança, fruto de minorias, que não falaria comigo porque "não gostava de gente "preta". Mix de vergonha alheia e indignação me tomaram e tudo o que fiz foi olhar aquela criança e me calar. Criança... Criança como as centenas que já passaram por minhas mãos em 13 anos como professora, criança como as centenas que já abracei em momentos descontraídos ou difíceis, criança como as dezenas que, por motivo ou outro, eu quis ajudar. E eu a quis ajudar...

Não ouvi nenhum pedido de desculpa dessa criança, não ouvi nenhum pedido de desculpa dos responsáveis por tal criança. E como esse silêncio me diz! Porém, se tal fosse feito hoje ou se for feito algum dia, nada mais me dirá. Derramado o caldo foi.

Tristemente não consigo mais agir naturalmente com essa criança. Sem brincadeiras, sem graça, sem sorrisos... Minha memória me joga no passado, naquele dia que para mim não marcou. Me marcou. Infelizmente sou julgada por isso. E quem julgou a criança? Ainda assim prefiro que tenha sido comigo a ter sido com minha sobrinha, ou com um/a filho/a, ou com um pequeno indefeso porque sei me defender de tais apontamentos, mas não permitiria que o mesmo passasse como passou.

Pode até ser que você pense que é bobagem, que é coisa de criança, que estou errada, só que, no meu entendimento, a falta de retratação soou, e ressoa como um "quem cala consente". Consentimento que é nó amargo preso em minha garganta.

E o que você pensa? O que pensa você acerca do racismo infantil?