domingo, 7 de fevereiro de 2010

Calabouço



No calabouço dos sentimentos me peguei querendo me desenrolar
Tentei de tudo, mas não deu. Pensei que era hora de deixar
O que tivesse que ser acontecer, tirei a cabeça de cena, coloquei a alma no lugar.

A cada passo dado percebi que o poço era mais fundo
Talvez fosse a hora de permitir que falasse o mudo.
O mudo abriu a boca com força, soltou um berro e falou pro mundo que sentir não é assim tão ruim, que me aventurasse no mergulho.

Pouco a pouco, em passos pequenos andei nos corredores do calabouço daquele que seria meu rei. As paredes eram largas no princípio, depois foram se estreitando. A cada passada em falso caia, mais e mais empacando.

Percebi que os corredores do calabouço de meu rei eram feitos de palha, não rígidos e pouco quentes. Aí vi que dúvida sempre existiria, que nada havia da "gente".

O calabouço do rei é labirinto cinza, eternamente descontente como uma criança mimada e chorosa quando vê que caiu seu dente.

Nesta cadeia não me encontro mais, o rei não mais o é, se foram suas belas palavras inesgotáveis.
Minha alma volta ao seu lugar profundo, escondido, porém quente
Até que novo rei a venha beijar e tornar as águas dos seus jardins verdadeiramente potáveis.

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